quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

CONTRASTE ENTRE LIVRO IMPRESSO EM TINTA E EM BRAILLE

Muita gente não entende qual a diferença do livro impresso em braille para o mesmo impresso em tinta, usado pelos videntes, pessoas que literalmente enxergam. Por esse motivo resolvi postar hoje...

Para ter uma idéia mais precisa, pedi ao Tafarel para segurar a Constituição Federal do Brasil. Pois bem vejam o livrinho. Tafarel só lê em braille, não se iludam, ele está com a Constituição em braille, ou seja apenas 16 volumes.

“Sem livros, os cegos não podem realmente aprender”.
Louis Braille

Refletindo sobre o custo do livro impresso em tinta e o custo em braille, a diferença de formato e os espaços para acondicionamento, a quantidade oferecida entre ambos nas bibliotecas e a porcentagem de pessoas com e sem deficiência verificamos a disparidade. Enquanto, por exemplo, um livro em tinta ocupa um espaço de 2cm numa estante, o mesmo livro em braille precisa de 30cm porque não existe tamanhos diferentes para as letras, como também, dependendo da quantidade de páginas, deverá ser dividido em volumes, tornando humanamente impossível uma Bíblia num só volume, quando em média dá 30 volumes em Braille.

Durante muito tempo se tentou produzir algo acessível para que as pessoas cegas tivessem acesso à leitura, mas não à escrita. O Sistema Braille não foi o único que buscou socializar a informação. A professora Regina Fátima, da Fundação Dorina Nowill para Cegos, num congresso em João Pessoa da ABEDEV fez um retrocesso na história. No século XIV foi encontrado um homem por nome Zain-Din AI Amidi, professor árabe, resumia e identificava os livros por meio com informações por meio de espirais de papel bem fino, que, depois de engomadas, os dobrava sobre os caracteres. Em 1517 Francisco Lucas (na Espanha) pensa um jogo de letras esculpidas em placas de madeira. Já na Alemanha no ano 1651, Jorge Harsdorfer reproduz um método clássico utilizando uma tábua recoberta com cera, sobre a qual se escreve com o apoio de um estilete. Maria Teresa von Paradis é alfabetizada por meio de alfinetes cravados em uma base, no século XVIII. Valentin Haüy funda a primeira escola para cegos no mundo no ano de 1784, entrando definitivamente na história. No ano de 1811, o militar Charles Barbier de Ia Serre cria um sistema de escrita para possibilita a comunicação durante a noite entre os soldados em campanha. Presumindo que se os soldados podem se comunicar sem o recurso da visão, então as pessoas cegas também o podem fazer. Barbier apresenta o seu intento numa visita que faz a escola de Haüy onde conhece o jovem de 15 anos chamado Louis Braille.
Impressionado com a idéia, Louis Braile adapta de doze pontos em alto relevo, para seis pontos e combina, ao invés de sílabas, letras, em 63 posições diferentes. Nasce o sistema de escrita que leva seu nome, para revolucionar a vida da pessoa cega no mundo. Em 1825 ele apresenta a primeira versão e em 1837 a versão final. Por ele podem ser representadas as letras do alfabeto, números e símbolos da aritmética, fonética, informática e musicologia.
Louis Braille nasceu em Coupvray, aldeia a leste de Paris em 1809 e no dia 6 de janeiro de 1852 morre de tuberculose. A inclusão na sociedade das pessoas cegas é influenciada pelo nível intelectual, o que permite o sistema aflorar por oferecer as mesmas condições de leitura do vidente.

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